Como alguns já sabem, sou professora de inglês, e ensino crianças, adolescentes e adultos.
A aulas acabaram de começar, há menos de um mês, mas o professor já saca logo qual é a de cada um ali na sala. Ou pensa que saca.
Essa semana fui surpreendida por um rapazinho, cujo comportamento em sala era presente. Vou explicar: em meio a tantos outros garotos agitados na turma - faixa etária por volta dos 12 anos - esse se mostrava sempre quieto, atento, daqueles que evitam conversa e confusão. Não parecia dos mais concentrado, embora conseguisse sempre estar me olhando quando eu direcionava meus olhos aos dele. E assim correram 3 aulas.
Nesta terça-feira a criança estava irreconhecível. Agitado, falante, debochado, desconcentrava os vizinhos, imitava minhas expressões. Falava alto, como se estivesse no sofá de casa. Chamei atenção uma vez - durou 3 ou 4 minutos. Novamente, e não durou nem 1 minuto.
Em seguida, convidei-o a retirar-se de sala e pensar no que havia acontecido.
Após 10 minutos, ao chamá-lo de volta, resolvi, fora da sala mesmo, perguntar sobre as suas conclusões, e a resposta veio imediata: "professora, acho que é porque esqueci de tomar Ritalina hoje".
É claro que para o professora é muito mais cômodo e fácil ter em sala o zezinho das aulas anteriores. Mas, na minha opinião, a Ritalina não pode ser usada como um modificador de personalidade, escondendo e não tratando mau comportamento da criança. Obviamente ainda não o conheço bem para afirmar nada, mas às vezes me pergunto se esse medicamento não está se tornando uma febre de uso indiscriminado. Me preocupo.
[]'s
Em uma criança, é complicado mesmo. Além deessa mudança no comportamento, tem o fato de que é um remédio, que é tomado a todo dia e que causa danos fisiológicos, né.
ResponderExcluirSempre fui muito 'diferente' na escola, mas na época o tdah não era falado e nem tratado. Aposto que para as minhas professoras, a ritalina seria uma maravilha! Acho que elas até comprariam pra mim, se pudessem! hahaha
Mas eu não consigo me imaginar de outro jeito, se não esse meu natural.
É dificil matar um leão por dia, mas eu tive uma infância ótima. Por esse meu jeitinho, creio eu, todos diziam 'a laurinha conhece metade da cidade, e a outra metade conhece a laurinha'.
Nunca fui uma aluna exemplar, com as melhores notas. Mas tb n era das mais lesadas. Qual o mal nisso, né?
Talvez me ajudasse mais pra frente, com 16 anos, 17.. pra me preparar pra faculdade. Mas, naturalmente, deu também! hahaha
Boa! Cada um sabe o que é melhor pra si. E eu concordo com vc quanto à Ritalina. Aliás eu acho um tanto pesado dar Ritalina à criança, do meu ponto de vista leigo e pessoal. Acontece que eu vejo como uma tentativa de reprimir a personalidade da criança. Acho que beira a irresponsabilidade porque ameaça a frustrar a criança de forma que ela entenda, forçosamente, que a sua maneira de ser não é aceitável. Já pensou em quão decepcionante pode ser uma conclusão dessas?
ResponderExcluirComentei em nosso blog sua postagem. Parabéns pelo blog: uma belíssima iniciativa. Discordo radicalmente de sua conclusão nesta postagem embora tenha achado os dois primeiros parágrafos de excelente qualidade descritiva.
ResponderExcluirMais uma vez, parabéns pela iniciativa.
Obrigada, Mariana. É nosso.
ResponderExcluirritalina julgado por tantos depoimentos que vejo aje de forma singular de acordo com cada paciente, no meu caso não altera na personalidade , apenas me mantem ligado por mais horas e melhora 50% na concentração , ja outro medicamento o bup (cloridrato de bupropiona) me deixa euforico essas drogas podem ser beneficas com acompanhamento adequado
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